por Marcel Albuquerque
2/3 do Planeta são compostos por água. A expectativa de um brasileiro é de 73 anos de idade. 1,2 bilhões dos homo sapiens sapiens é cristão. Fumantes têm cinco vezes mais chances de sofrer infarto. As possibilidades de ganhar na Mega Sena são de 0,000002%. E eu, o que faço com esses números?
Nunca entendi muito bem como funcionam as estatísticas que encontram esses dados. Eis que me deparei com a mui temida disciplina na graduação – afinal, sou de Humanas e meus afins costumam ser avessos às operações. E não teve mistério, estudei e passei. Não só eu, dois terços passaram. Mas, sinceramente, continuei não pegando a sacação desta forma de conhecimento.
Ok, eu sei: Estatística não é numerologia. Apesar de tratar de números, apenas calcula a probabilidade de algo, a partir de certa verificação, mas porra (!) … não conheço ninguém que tenha feito parte desse tipo de pesquisa – a não ser pelo CENSO. Então, supostamente, esses resultados não fariam sentido. Só que, bizarramente, eles dão certo!
Em muitos casos, a própria divulgação desses números induz a opinião pública. Quem já participou de qualquer decisão em grupo, com voto aberto, tem ciência de que a maioria acaba coagindo – involuntariamente até. E isso rola também com as pesquisas dos grandes institutos como DATAFOLHA e IBOPE para presidenciáveis e coisas do tipo. A diferença é que quem paga elas tem noção disso. A indução pode ser explícita, como no fight Rede Globo x Brizolla, mas também pode ser desproposital. Por exemplo, quando você utiliza o telefone como canal de entrevista, acaba excluindo aqueles que têm condição financeira pior e mascara a realidade.
O mais curioso é que existe pesquisa pra tudo. Sabem desde que há mais torcedores do Flamengo que do Botafogo (tudo bem, para não notar isso, é preciso ser cego. Quiçá ter perdido todos sentidos) até a média peniana mundial. WTF?! Como se tem noção disso? Mistério, mistério.
Mas se você tem o pau pequeno, relaxa. Seis a cada dez mulheres dizem que o tamanho não importa. A pergunta é: quantos porcento falam a verdade nas pesquisas?
Pior é aquelas pesquisas do tipo 90% de pessoas piscam menos quando jogam video-game. WTF?
ResponderExcluirOs números eu não agüento não
ResponderExcluirA matemática virou perseguição
Já é demais, tudo o que a gente faz
Fica por conta dos números
A gente fala por número?
A gente é um número?
@darlin_a
Creio que uma pesquisa que expresse a realidade,encontrará a resposta 40% para a última pergunta.
ResponderExcluirApareçam anônimas, para concordar comigo!
ResponderExcluirPor isso quer eu não gosto da matemática. Nenhuma dessas estatísticas tem 100% de certeza. Não é só porque a grande maioria da população faz isso ou vota naquele que toda a população também faz. Se formos contar as pessoas que são entrevistadas nas pesquisas, sendo que uma grande parte fica de fora mais e diminuí-las pelas que realmente respondem a verdade, cada estatística tem uns 50% de chance de serem certa. Só estou deduzindo, prefiro o português que é algo que esta sempre mudando do que a matemática que é algo tão estático.
ResponderExcluirMinha maior dúvida é: O que um cara faz em 4 anos de Estatística? Quer dizer, quase todos os cursos possuem uma matéria com 30 horas na carga horária, uma merdinha comparada a maioria das matérias, e já dá prá entender muita coisa. Deveriam fazer uma pesquisa para saber o que os estudantes de Estatística pensam disso, haha.
ResponderExcluirO pior mesmo, como tu disse, é que na maioria das vezes estão certos. (Y)
ok, por fazer engenharia, eu tenho dever moral de defender a matemática estatística aqui.
ResponderExcluiré claro que pesquisas que têm como base respostas da populaçao nunca vao ter muita precisão, por que qualquer ser humano ao responder uma pergunta tem uma probabilidade de estar mentindo. mas sinceramente, probabilidade baseada em cálculos é algo que - visto em grande proporçao - tem muita utilidade. vou usar o exemplo contrario da mega sena que vc deu: por que os caras da mega sena sempre lucram? por que um casino sempre lucra? porque a probabilidade de uma pessoa perder num jogo desses é sempre maior do que ela ganhar. a probabilidade dá a certeza quando vista em grande proporçao. na ciencia, isso é o que nós temos de mais próximo para "adivinhar certo". eu diria que é o nosso chute com mais segurança. tudo bem, é um chute, tem sempre uma probabilidade de estar errado, mas se nao fosse pela probabilidade a ciencia nao teria evoluido nem metade do que ja evoluiu.