Entrou e ficou desajeitada ali na minha frente. Tive vontade de perguntar a ela se queria que eu carregasse seu livro, mas quando dei por mim, era Nietzsche. Então tive medo e fiquei quieto, até mesmo porque ela estava distante, olhando firmemente para fora da janela, talvez para a garoa que não parava de cair. Para as árvores que passavam. Para as pessoas que entravam a cada estação.
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Seja esquisito!
Eu sou esquisita. Não consigo me imaginar realizada se tiver um puta salário sem paixão pelo que faço. Sou um fiasco para me vender, embora precise disso para sobreviver. Prefiro falar de como superei aspectos negativos da minha personalidade do que como conquistei as pouquíssimas coisas materiais que, entre aspas, possuo.
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terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Liberto permanece o pensamento
por Julya Tavares
“Use essa cabeça pra pensar, menina!”, disse uma senhora a uma criança que a acompanhava, enquanto eu me perdia em pensamentos, com a cabeça encostada na janela do ônibus. Eu, sim, uso a cabeça pra pensar, e como! Mas não tô falando de raciocínio calculístico, de inteligência exagerada, de horas debruçadas sobre um livro ou a respeito do nosso cenário político. Falo de divagações, dessas que tiram o sono, dessas que racham a cuca mesmo, que são difíceis de esquecer, como quando resolvi pensar sobre minha carreira, que não era nada de semelhante ao que escolhi pro agora, que também diz respeito ao ato de pensar, que me consome como gente, como bicho.
Penso sobre o meu gostar e desgostar, sobre o que as pessoas pensam ao ver as mesmas cenas que eu. Penso sobre o que elas pensam sobre mim! Olho propagandas em ônibus, outdoors, olho um menino no viaduto, milhares de pessoas no centro da cidade, penso no dinheiro, na pobreza, na conta que vence amanhã, no cartaz de cerveja, no texto sobre lingüística gerativista e no cigarro jogado no chão, que me faz pensar em tantas outras mil coisas.
Penso sobre dia e noite. Tento adivinhar quem entra e sai, em quem pode ir embora... ou quem sabe somente desaparecer aos poucos; sobre o que comi no jantar e principalmente sobre o que quero comer no almoço de amanhã, porque o futuro é no próximo instante. É no agora. Penso no que sou, e repenso no que quero ser, para quem sabe um dia de fato ser. Penso porque o instante existe, e canto. Penso, logo, insisto.
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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
A incrível e triste história de Tatu
por Marcel Albuquerque
Feio que nem um catiço, magro que só o caniço, espinhoso que nem um ouriço: assim era nosso personagem. Um metro e sessenta e seis E MEIO. Mas mente pr’ele mesmo dizendo que tem um e sessenta e sete. Pr’os outros, fala que tem um e setenta – que fica mais bonito - e usa tênis alto pra disfarçar. Por uma ironia profética de seus pais, ele, que de grande só tem as orelhas de dumbo, chama-se Alexandre.
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Liberdade ao pum!
por Natacha Orestes
Como num mantra, repita comigo: eu peido, tu peidas, ele peida, nós peidamos, vós peidais, eles peidam. Todo mundo solta pum. É por isso que eu vou logo contendo a minha cara de ã? quando uma garota que eu conheço fala que não solta pum na frente do namorado com quem está há cinco anos.
Tudo bem. Começo de namoro é normal a cena: os dois indo dormir, apaixonados, “cuti cuti”, cheios de educação e gentileza. Então ele ou ela segura o peido, porque né, tem que fazer aquela média, dar aquela boa impressão.
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